segunda-feira, 31 de março de 2014

Do absurdo de misturar Explicação com Justificação, e as consequências nefastas na sociedade

Não me manifestei ainda em relação a essa pesquisa do IPEA, pelo simples motivo da minha análise ser um tanto complexa e envolver mais fatores que simplesmente os números do assunto apenas, mas outras ideologias e discursos que rondam a sociedade.

Como diria Jack o Estripador, "Vamos por partes"

Primeiramente, gostaria de fazer uma distinção entre Explicação (que é domínio da ciência) e Justificação (domínio do direito, moral e ética).

Pois bem, quem faz ciência nos moldes das ciências naturais, busca através de pesquisas e experimentação a construção extração de princípios generalizáveis para a explicação de fenômenos, a isso chamamos teoria. As teorias servem para que o cientista ou o leigo possam explicar fenômenos fora do laboratório. Não são segundo o senso comum iguais a "divagações" ou "masturbações intelectuais", teorias são instrumentos para interpretar e entender o mundo a nosso redor.

Justificação é uma forma de enunciado que desabona o autor de um ato de infração de uma lei ou norma, ou seja um crime,  baseado algumas vezes em leituras superficiais de teorias, ou mesmo de sentimentalismo. Algumas pessoas podem até defender a justificação em alguns casos, como por exemplo de uma pessoa que furta alimentos para se alimentar e ou outrem. Eu não concordo com esse tipo de exceção pois, abre uma brecha arbitrária em um sistema que deveria ser exato e puramente formal. O que é é, e o que não é não é, como diria meu amigo Parmênides.

Sou um cientista e um aplicador de ciência, trabalho direta e indiretamente com ela, e sou um defensor de seu estudo e aplicação. Defendo assim a Explicação e Interpretação, mas acredito que elas não devem ser usadas para Justificar infrações, pois as consequências desse tipo de ação, podem tomar uma proporção incontrolável e deturpar o senso moral e ético de uma sociedade.

Um bom exemplo disso é o reductio ad absurdum que podemos facilmente propor em relação a campanha ideológica da Esquerda, que propõem que o criminalidade, assassinatos, roubo, furto, sequestros, etc. São produto das realidades econômicas de uma "classe" social, portanto são Justificáveis, e até certo ponto, como o próprio Marx defende em sua tese, são atos revolucionários do "Proletariado" contra a "Burguesia".

Não preciso dizer que acho isso uma tremenda Bullshit (Bosta de vaca, expressão inglesa que significa bobagem).

Primeiramente, o comportamento individual é muito mais complexo que esse determinismo manco e puramente numérico, entre um ato criminoso e um ato virtuoso estão a história individual de cada ator, muitos outros determinantes entram na equação e que não cabe discutir sua gênese aqui por ser algo que renderia um tratado, podendo inclusive ser encontrado comportamento criminoso entre pessoas abastadas, e comportamento virtuoso em pessoas pobres.

E em segundo lugar, se os determinantes básicos de privação de dinheiro fossem a explicação para o crime, a privação sexual e o visualizar corpos femininos seria a justificativa do estupro.

Isso é tão mentiroso, que mesmo em países Islâmicos onde as mulheres se vestem com burcas, o número de estupro é enorme. E grande parte dos estupros aqui no Brasil são realizados pela manhã, no horário que as mulheres estão indo trabalhar, e ou, então no seio das próprias famílias. Não tendo nada a ver com roupas e sim com o repertório comportamental doentio do estuprador que pode ser explicado com a devida análise comportamental de seu caso, mas que jamais deve ser justificado em uma sociedade saudável.

Qualquer criminoso deve ser punido de acordo com um código pré estabelecido, justificativas não devem ser admitidas! A ciência pode sim e deve trabalhar na prevenção e remediação para a não ocorrência futura, mas não se deve meter no caráter executor e formal da lei.

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