sexta-feira, 10 de junho de 2011

R. Brooks o novo "B.F.Skinner" da nova Robótica.


R. Brooks é um cientista da computação e engenheiro robótico especializado em I.A. (Inteligência Artificial)do M.I.T, que chegou por meios surpreendentes as mesmas considerações teóricas e metodológicas de B. F. Skinner, na área da Robótica.







Nos anos 70 após a crítica infundada e ignorante de N. Chomsky o Behaviorismo Radical de Skinner foi dado como morto, para o surgimento de uma nova ciência a Ciência Cognitiva.

Segundo os fundamentos dessa nova ciência, que supostamente teria aberto a "Caixa Preta" que o behaviorismo deixava para trás (o que é infundado, logo veremos), reinserindo na ciência e filosofia o estudo da "Mente" como SOFTWARE do "Cérebro" como HARDWARE. 

Os autores dessa abordagem também chamada de REPRESENTACIONISTA pois tratava os conteúdos mentais como símbolos operacionalizados e processados pelo software mental, reinaram por todos os anos 70 e foram duramente criticados por B. F. Skinner em seu artigo "Porque não sou um Psicologo Cognitivista". 

Essa teoria propunha que um estado mental como "dor" era uma representação que "rodaria" em qualquer Hardware, que independia desse Hardware, sendo ela uma função do software, além de ser totalmente independente do ambiente também. 

Dessa forma o organismo teria essas "Representações" de acordo com seu "Software Mental" que seria um constructo  fechado chamado Cognição que dentre outras funções seria a de "Processar as experiencias externas" e produzir comportamentos externos. 

Dessa forma seria possível reproduzir em qualquer outro meio, e não necessariamente somente no cérebro a "Consciência e Mente Humanas", num campo que passou a ser conhecido como IA.

Gerações de Cientistas produziram dezenas de Softwares cada vez mais complexos, na tentativa de reproduzir a mente humana, mas todos falharam, alguns Representacionistas ainda fazem suas pesquisas e tentam encontrar o software perfeito, mas a linha vem decaindo muito depois dos anos 90. 

Outra geração de cognitivistas chamados de Conexionistas, os conexionistas viam que a Cognição e a Mente não eram um Software que rodava no cérebro, mas o próprio cérebro em funcionamento, eles dessa forma reativaram o antigo programa do reducionismo mente/cérebro, tentando achar correlatos de estados mentais em estruturas (ou funcionamentos) cerebrais. É o programa da moda agora, que o Dr. Damásio defende em sua obra. 

Mas o que Brooks faz é algo totalmente inovador (ou quase levando em conta aquele tal psicólogo de ratos e pombos tão criticado por Chomsky). Em um belo dia, Brookys ao observar o comportamento de alguns insetos por algum tempo, e ver como eles eram complexos e elegantes, emite mais ou menos o seguinte encoberto (pensamento):

- Não é possível que esses comportamentos tão complexos sejam derivados da estrutura cerebral ou mesmo de algum "Software" mental desses insetos, o ambiente de alguma forma está controlando e moldando o comportamento deles, a inteligencia deles não é cerebral e nem mental, mas sim ambiental. 

Para testar sua hipótese, Brooks constrói robôs insetos muito simples com o mínimo de programação possível, dentre eles a programação de que quando se toca um objeto deve-se desviar desse objeto e a capacidade de "salvar" tal modificação.

Em algum tempo Brooks pôde observar que os insetos robos passaram a emitir comportamentos cada vez mais complexos e sofisticados. 

O meio-ambiente passou a ser o campo em que os comportamentos do robo movel puderam ser gerados através de sua "corporalidade", sou seja, através de órgãos dos sentidos, recebendo feedbacks instantâneos desse ambiente, que alteram o comportamento do robô sem serem pré-programadas. 

Brooks lança dois conceitos que podem ser correlacionados diretamente com conceitos do Behaviorismo Radical:

Corporeidade (Ou cognição corpórea) - Organismo Intacto 

Feedback - Consequências (Reforçamento, Extinção, Punição, etc.)

Autolocomoção (Comportamento)

O estudo do comportamento é sempre o estudo de interações entre organismos que se comportam e ambientes que, modificados pelo comportamento de tais organismos, retroagem sobre estes, controlando-os (Skinner, 1957, p.1)

Brooks tem um pensamento similar, pois seu projeto prevê que os agentes autônomos disponham somente de uma pré-programação e que a partir de sua relação com o ambiente novos padrões comportamentais possam surgir: "intelligence can only be determined by the total behavior of the system and how that behavior appears in relation to the environment" (R. Brooks, 1991, p.16). 

A tradução é uma homenagem especial  para o senhor Noan Chomsky:

"Inteligencia pode apenas ser determinada através do comportamento total do sistema e como esse comportamento aparece em relação ao seu ambiente"


Se quiser conhecer mais essa área de pesquisa de I.A. muito bem aparentada com o Behaviorismo Radical (eles estão usando agora reforçamento) entre nesse Link

http://wn.com/subsumption_architecture

Sobre os novos caminhos da filosofia da mente e ciências cognitivas não-cartesianas e sua relação com a análise do comportamento e o behaviorismo radical:

Teixeira, J. F. (2005) Filosofia da Mente: Neurociência, Cognição e Comportamento. Ed Claraluz, São Carlos - SP

5 comentários: