Antes de ler o texto vejam os todos os vídeos abaixo:
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 1 por proforestes
BBC - A Vida Secreta DO CAOS - PARTE 2 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 3 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 4 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 5 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 6 FINAL por proforestes
Podemos assim traçar um
continum entre o comportamento estereotipado (ordenado) e o comportamento
variado, em que o primeiro é só uma das possibilidades do segundo:
BBC - A Vida Secreta DO CAOS - PARTE 2 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 3 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 4 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 5 por proforestes
BBC - A VIDA SECRETA DO CAOS - PARTE 6 FINAL por proforestes
O que a análise do comportamento pode aprender com a teoria do caos?
Muito, e acho inclusive que elas são complementares, e vou dizer o por
que.
É dito nos vídeos que a ordem e a repetição e os padrões (geométricos)
são apenas umas das possibilidades do caos e da auto-organização, se pensarmos
bem, as respostas de um organismo nunca são as mesmas, elas sempre tendem a
variar em alguma medida ou propriedade, e é de certa forma misteriosa entre a
comunidade analítico-comportamental a “causa” desta variação, ou seja, não há
nenhuma causa newtoniana, nenhuma variável externa que explique essa variação
espontânea extremamente necessária para o algoritmo da seleção pelas
conseqüências funcionar e possibilitar a construção e o desenvolvimento de
novos repertórios no organismo.
Experimentos em análise do comportamento inclusive já mostraram ser esta
variação em si uma propriedade intrínseca do comportamento que pode inclusive
ser transformada em comportamento e reforçada.
Chamarei aqui de Resposta criativa, ou Criatividade.
Nos estudos de (Cruvnel, 2002) feitos com golfinhos, ao invés de se
reforçar determinadas topografias dos animais, como habitualmente é feito em
modelagens simples, foi dispêndio o reforço a cada novo padrão comportamental
que nunca havia ocorrido no repertório do organismo, ou seja, sempre que ele
emitia uma resposta inédita (com bastante diferença topográfica) os
pesquisadores reforçavam logo em seguida. Inesperadamente o animal começou a
emitir respostas que nunca haviam surgido no repertório dele diferindo em muito
de tudo o que os pesquisadores já viram.
Ou seja, o golfinho passou a ser criativo, o que eles estavam reforçando
não era uma resposta topográfica especifica, mas a resposta reforçada era uma
propriedade relacional do comportamento “o ser diferente”, eles estavam
reforçando a auto-regulação do operante aumentando o nível de caos do
responder.
Segundo a visão tradicional em Análise do Comportamento a criatividade é
explicada como um padrão comportamental que teve valor evolutivo e foi
selecionado via filogênese, mas segundo os dados obtidos na teoria do caos é o
contrário, a criatividade é inerente ao operante, sendo a seleção por
conseqüências um fator adicionado a posteriori, sendo a estereotipação do
comportamento uma conseqüência dessa, e sendo essa inclusive ser selecionada e
potencializada por reforçamento como se fosse uma resposta em si: “Mutações
podem se tornar mais prováveis controlando-seum meio menos preciso ou
encorajando perturbações” (Skinner,1999:386)
O Comportamento sendo entendido como um sistema caótico, que produz
regularidades graças ao algoritmo da seleção pelas conseqüências e essa em si
pode potencializar o caos interno ao comportamento da mesma forma que o
Feedback visual mostrado no vídeo.
A própria seleção pelas conseqüências é uma replicação das leis simples
que regem a selação natural que é um algoritmo replicado ao infinito (podemos
ver ele agindo em outros sistemas caóticos como metacontingências, e mesmo em
sistemas informatizados).
As implicações desse tipo de visão, são importantíssimas em áreas como
educação, empreendedorismo e saúde.
Podemos potencializar a propriedade caótica do comportamento para gerar
variações no repertório de indivíduos que em si possam produzir conseqüências
adaptativas que mantenham seu novo repertório.
E ao inverso, também se aplica podemos reforçar padrões comportamentais
em pessoas em que a aleatoriedade esteja prejudicando sua qualidade de vida, e
desenvolvimento social e econômico.
Esse processo vem acontecendo a milhões de anos e sempre vimos isso como
uma falha ou irregularidade, sendo que é o fator principal para a evolução de
qualquer sistema a existência dessa variação.
Podemos ver isso em nossa sociedade, a exigências de criarmos apenas
“um” padrão correto ou certo, 1 método científico, 1 moral, etc, E isso é na
verdade um caminho contrário ao sistema que possibilita a evolução dessa
sociedade ou cultura, a variação. É somente quando existe um sistema caótico em
operação e este é incentivado é que surgem padrões e soluções para problemas
novos.
Podemos construir um mundo e uma sociedade em que utilizaremos o caos
com um aliado, o utilizando para potencializar a as variações comportamentais,
as valorizando, e assim aumentando a probabilidade de encontrarmos soluções
para os intensos problemas dos quais enfrentamos.
Referências:
Cupertino, C.; Sampaio, T. P. de A. Existe criatividade? A visão do
behaviorismo radical Encontrado em: http://www.nuted.ufrgs.br/objetos_de_aprendizagem/2009/criativas/midiateca/modulo_1/Criatividade%20na%20perspectiva%20Behaviorista.pdf
Caos e Criatividade... gozado que parece que voltamos a Mitologia Grega: na origem havia o Caos, que foi erroneamente interpretado como "bagunça".
ResponderExcluirNa verdade, Caos é algo como "Coisa complexa e misturada como uma rede", que é fundamento para criação.
Admitir o caos é tão somente admitir que tudo está interconectado e que mínimas ações podem ter consequencias inesperadas!
E é também uma propriedade inerente ao comportamento, independente de relações entre variáveis externas a ele.
ResponderExcluirÉ a explicação para a variação, e não uma limitação da ciência "newtoniana".