Dr. House é Behaviorista Radical?

A algum tempo comecei a assistir um seriado que passei a adorar: House.

Dr. House é um médico especialista em infectologia que trabalha como chefe do departamento de diagnostico no hospital fictício Princeton-Plainsboro Teaching Hospital. O mesmo é considerado uma lenda como diagnosticador, recebendo sempre os casos que ninguém mais consegue resolver. House conta também com uma equipe de jovens médicos de diversas especialidades como um neurologista (Dr. Eric Forman), um intensivista (Dr. Robert Chase) e uma imunologista (Dr. Allison Cameron).

 O personagem de House possui sérios problemas comportamentais, (que trataremos em posts futuros) mas sabe como ninguém fazer diagnósticos diferenciais que acabam salvando inúmeras vidas.

No titulo desse post eu defendo que House é em partes um behaviorista (no seu modo de agir) e vou explicar por que.

1)      House sempre procura entender o paciente como um todo (sua equipe é interdisciplinar). As patologias que ele resolve, quase sempre envolvem o organismo de forma sistêmica por todo o corpo  e não somente em “áreas” ou pedaços.

2)      House levanta todos os tipos de dados possíveis como histórico médico, exames não necessariamente ligados ao sintoma inicial, e ainda dados comportamentais, entrevistas e alem disso pede a seus assistentes para “invadirem” a casa dos pacientes para investigar o ambiente com o qual esses entravam em contato. 3)      House faz análises funcionais dos dados que ele recolhe, sempre entendendo o organismo como um todo se relacionando com um ambiente também complexo e não descarta nenhum dado simplesmente pela aparência do mesmo logo de cara.

4)      House não acredita nos pacientes “Peoples Lies”, “Everbody Lies”, e confia nos sintomas “The Symptons never lies”, ou seja, a descrição que fazem do mundo (tatos), quase sempre é enviesada, ora por medo de ser punida (traição, uso de drogas, tentativas de suicídio), ora por serem reforçados por elas (como no caso do menino que curava “com o poder de deus”), os Analistas do Comportamento a muito sabem desse fenômeno chamado tato distorcido.

Uma professora minha uma vez me disse “Não acredite no que as pessoas te falam, mas sim no que controla o que as pessoas te falam”. Perfeitamente Houseano isso...rsrs

É lógico que House possui uma ética um tanto questionável: como usar tratamentos experimentais não aprovados pelo conselho, agir sem o consentimento de pacientes, etc. Essa parte é claro tem a ver com seu modo de agir quanto individuo (contingências ontogenéticas).

Eu recomendo essa série para quem quer aprender a fazer analises funcionais e interpretar dados de forma crítica e criativa, além de ser bem divertida.